29 de jan. de 2011

Porque não quero ser politicamente correto!

Vamos  comparar a evolução da sociedade brasileira de 1959 com a de  2011. Esses cenários me foram passados por e-mail; obrigado João Henrique!

Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.
Ano 1959: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e volta tranquilo à classe.
Ano 2011: É mandado ao departamento de psiquiatria, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra  lhe receita  Rivotril. Se transforma num Zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz.

Cenário 2: Luís quebra o farol de um carro no seu bairro.
Ano 1959: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no trazeiro... A Luís nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.
Ano 2011: Prendem o pai de Luís por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão e, por 15 anos deve abster-se de ver seu  filho.   Sem o guia de uma  figura paterna, Luís se volta para a droga, se torna traficante e fica preso num presídio especial para adolescentes. 

Cenário 3: José cai enquanto corria no pátio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria,  o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...
Ano 1959: Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando.
Ano 2011: A professora Maria é acusada de abuso sexual, condenada a três anos de reclusão. José passa cinco anos de terapia em terapia. Seus pais processam o colégio por negligência e a professora por danos psicológicos, ganhando os dois processos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida...


Cenário 4: Disciplina escolar

Ano 1959: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "mijada" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade.
Ano 2011: Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por faze-lo . Nosso velho vai até o colégio se queixar do docente e, para consolar o “coitado do menino”, compra uma moto para o filhinho.

Hoje tem criança que ameaça seus pais com o tal Conselho Tutelar... Estudantes não respeitam professores (a quem chamam de "tios"), invocando o mesmo Conselho...  é mole?
Ofereci assento a uma senhora no ônibus e levei esporro com ela dizendo que não precisa da minha falsa gentileza machista... por sua vez, um bando de adolescentes negou-se a dar lugar a mim e a outro senhor de terceira idade no assento reservado exatamente para gente como eu e ele, no metrô...


Pois é: cada vez mais somos uma sociedade de direitos sem deveres e sem educação !

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19 de jan. de 2011

A Fábula do porco-espinho

www.monteselvagem.pt  “Durante a era glacial muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram juntar-se em grupos. Assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente.

Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso, decidiram afastar-se uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados. Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação muito próxima podia causar, já que o importante é o calor do outro. Dessa forma, sobreviveram.

Moral da estória: o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele no qual cada um aprende a conviver com os espinhos (defeitos) do outro e admirar suas qualidades.”

O texto não é meu. Recebi-o em um folheto, que me foi entregue por uma paroquiana; não consta autoria no folheto. Trata-se de uma fábula, até porque os porcos-espinhos não costumam viver em grupos, mas formam famílias.

  No momento presente, a sociedade humana tem sido, cada vez mais, incentivada a viver o isolacionismo pessoal, em nome da felicidade. Os slogans e as “técnicas de auto-ajuda” colocadas à disposição no mercado, insistem no “ame a si mesmo primeiro”; “escolha o que for melhor para você”; “priorize você mesmo”; ou seja, somos constantemente incentivados cada a um a cuidar da sua própria vida, sem dar importância aos demais. Talvez por isso, as pessoas gastem mais tempo “teclando na internet” que conversando pessoalmente. Talvez por isso, o número de pessoas solitárias está aumentando nos centros urbanos. Afinal, conviver com o outro é uma aporrinhação – o outro tem espinhos, como eu também, mas os meus espinhos não me machucam!

   Por outro lado, quando acontece alguma tragédia, a mesma mídia que incentiva o egocentrismo, convoca a solidariedade! Temos visto isso cada vez que ocorre uma catástrofe natural, como por exemplo, as chuvas de janeiro que costumeiramente matam pessoas no Brasil. Então vemos o “espetáculo da solidariedade”: milhares de pessoas, incentivadas pela mídia, voluntariamente, começam a doar gêneros alimentícios, roupas, remédios, dinheiro, etc… Todavia, um mês ou menos tempo depois, quando a tragédia já não é mais uma notícia espetacular, ninguém mais se lembra dos flagelados. Cessa a solidariedade, fica apenas a lembrança de que “algo terrível aconteceu mas fiz a minha parte, doei umas roupas velhas e 40 litros de água potável…” As mesmas grandes empresas que acorreram em solidariedade logo após a tragédia, voltam a explorar a população; os órgão do Estado que imediatamente tomaram providências para resolver a situação de emergência voltam ao marasmo da sua irresponsabilidade permanente de não zelar pelo bem comum. E assim as tragédias se sucedem bem como o show da solidariedade, que disputa audiência com os Big Bostas Brasil do Bial e a contratação de um atleta metido a estrela por um clube popular…

  A vida continua na mesmice de sempre, o Carnaval vem ai, e o fato mais importante é ver quem consegue sobreviver na Casa do BBB e levar a grana toda (quem foi o mais esperto!).

  Enquanto isso, os porcos-espinhos continuam também sobrevivendo…

 Foto: www.monteselvagem.pt

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4 de jan. de 2011

EPIFANIA: CRISTO REVELADO AO MUNDO!

O Evangelho de São Mateus não fala em Reis Magos, nem que eram três;  fala em uns Magos que vieram do Oriente. Homens de outras culturas, diferentes da cultura judaica, a cultura em que Jesus nasceu. Reconheceram o sinal da Presença do Cristo no mundo, e vieram colocar-se diante dele. Herodes, rei dos judeus, não havia percebido o sinal; tampouco se mostrou disposto a aceitá-Lo.

Pagãos, estranhos ao Pacto da Lei de Moisés, os Magos não só reconheceram o sinal da Presença, como aceitaram essa Presença e vieram colocar-se diante d’Aquele que estava manifesto em um Menino.

A Igreja celebra, na Festa da Epifania, e no tempo litúrgico que segue até a Quaresma, a manifestação de Deus em Jesus Cristo ao mundo, ao mundo inteiro! O Cristo é presente de Deus para toda a humanidade, não só a uma cultura específica.

A narrativa sobre os Magos do Oriente coloca para cada um de nós, cristãos e cristãs, duas questões importantes:
a) De fato, você reconhece os sinais da Presença de Deus em sua vida, ou você é como Herodes?
b) Você compreende que o Cristo de Deus não é propriedade da Igreja, mas dom de Deus para toda a humanidade, ou você é daquelas pessoas que se julga o único abençoado, e rejeita totalmente os diferentes de você?
Somos chamados a reconhecer e discernir Deus, no Mistério do Cristo Revelado, agindo e atuando através de outras pessoas, diferentes de nós, com outras visões de mundo. Pense nisso!

Vale a pena reler meu artigo sobre a Epifania em 2010  (clique aqui!)
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