Na postagem anterior comecei a apresentar o que considero como novas possibilidades para a Missão, nestes tempo em que o cristianismo parece perder o sentido. Assim, abordei o tema da Tradição. Agora, dou sequência ao que entendo ser as novas possibilidades.
2 - Dois desafios para a Missão
No processo de retorno ao Movimento de Jesus, temos de considerar situações bem específicas:
2.1 - Recuperar a dinâmica de movimento e a mudança de paradigmas sobre a fé e sua vivência nas comunidades de fé existentes (vinculadas ou não a uma Instituição histórica). Ou seja, um processo de reeducação das comunidades existentes, para que compreendam e atuem como parte de um grande movimento evangelizador (anunciador do Reino de Deus – um novo mundo!). Não vou tratar disso aqui, mas é uma tarefa urgente: uma noiva catequese e um processo de educação cristã corajoso e insistente, buscando o real significado da Tradição.
2.2 - Buscar as pessoas ditas “desigrejadas”, e caminhar com elas, identificando seus anseios, suas frustrações e se apresentar como um espaço de cura e recuperação da esperança. Uma atenção especial a esse grupo requer uma postura lúcida e renovadora.
3 - Pessoas Desigrejadas, Descrentes, Crentes Independentes, etc.
Essas categorias surgiram como tema sociológico (e teológico) mais recentemente, e cada uma delas é bem específica. Mas todas elas trazem, em seu inconsciente, a frustração com os modelos religiosos existentes. É preciso compreendê-las e colocar-se em diálogo com elas.
Não é uma fala apologética (apologias são monólogos), mas realmente diálogo (palavra compartilhada), sem preconceitos e sem segundas intensões de “conquista”. Não mais o antigo desafio de “levar almas para Jesus”, mas ser sinal desse Cristo presente com essas pessoas, para que O vejam além das estruturas institucionais e doutrinárias.
O diálogo deve partir do ponto de vista destas pessoas; não se trata de contradizer, mas considerar que tal posicionamento tem raízes que vão além de uma argumentação meramente racional. A negação da fé, na maioria das vezes, advém da frustração de uma busca perdida, a busca pela transcendência. O que existe e é oferecido como resposta à essa busca, não satisfaz muitas pessoas que buscam com senso crítico.
O problema é que, erroneamente, se leva o assunto para o campo filosófico, e então as respostas aparecem como doutrinas prontas; doutrinas dogmáticas. Exatamente o que aquelas pessoas NÃO estão buscando.
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Caramba! entendo que publicar em partes é um modo de vencer a preguiça que as pessoas tem de ler hoje em dia. Mas, tá picadinho demais. Parece novela da televisão... Pode mandar o texto completo?? Eu leio! Prometo!
ResponderExcluirEu ainda estava fazendo correções na postagem e chegou seu comentário! Tá sem nada pra fazer, mano? (rsrsrsrs). Não posso mandar o texto completo, porque ainda não está pronto. Vou escrevendo aos poucos. Já tem mais do que foi publicado, mas ainda está pela metade (acho!). Tenha paciência; afinal, não sou alemão rsrsrs
ExcluirUma pergunta, sem ser sobre a postagem. Na descrição do bloghue, abaixo do título, você fala que pirilampos ERAM, usa o passado. Por que? Não existem mais? Por aqui onde vivo, existem rsrsrsrs!
ResponderExcluirAcho que vc foi a única pessoa a perceber isso: "pirilampos" estão no passado. Não sei se ainda existem, mas fazem muitos anos que não os vejo... e já não os via quando iniciei o blog; Como o ser humano "civilizado" destrói a natureza, pensei que já não existiam mais. Maravilhoso saber que ainda existem!
ExcluirRev. Caetano, fico feliz em ver o blog com novas postagens. Li as postagens anteriores sobre o tema, como recomendado, e creio que entendi seu propósito em publicar "picadinho", como disse acima o sr. Hermann (não o conheço). Sou anglicana desde a infância, e conheci o senhor ainda seminarista (eu participava do grupo de UME e o senhor foi dar uma palestra). Nesta postagem o senhor fala dos desigrejados e eu conheço muitas pessoas que eram ativas na Igreja (não só anglicanas). Também conheço muita gente que diz seguir o Evangelho, mas não se dá bem em uma igreja. Acredito, que oportunamente o senhor vai oferecer algumas sugestões a respeito de lidar com tais pessoas. Eu as convido para virem à Igreja, mas a maioria diz que é a minha comunidade é legal, acolhedora, mas o culto é sempre o mesmo. Acredito que não é com o culto que vamos atrair pessoas assim. Há algum tempo eu disse numa reunião de mulheres da paróquia que nós deveríamos promover alguma atividade para envolver mais pessoas e que não deveria ser só festas ou bazares. Alguma coisa que falasse à cabeça delas e ao coração. Mas parece que não consigo pensar em alguma coisa que desse resultado. Fica aqui a pergunta: o senhor acha que a nossa liturgia é o caminho? talvez atividades culturais? não sei. Mas eu acho que a nossa igreja tem uma característica que atrairia muita gente, que é a nossa liberdade em sermos diversificados, nossa postura ética de inclusividade. Mas como mostrar isso para as pessoas? Um grande abraço.
ResponderExcluirObrigado por acessar o blogue. Concordo com a senhora quanto a sermos uma igreja capaz de lidar com pessoas que têm críticas às igrejas institucionais, liturgias, tipos de pregação, que forma a grande parte do grupo de desigrejados. A prática anglicana, o nosso ethos, é sempre incluir a racionalidade nas questões de fé, e isto significa acolher todo pensamento crítico. Não tenho receitas prontas para a Missão, mas tenho algumas intuições, e pretendo colocá-las aqui no momento oportuno. Mas eu entendo que uma nova catequese, uma reformulação nos processos educativos da Igreja são parte do processo, para que cada comunidade, dentro da sua realidade específica, possa desenvolver formas de lidar com a questão. Graça e Paz!
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