17 de jul. de 2025

SOBRE MISSÃO: 8 - Duas alternativas divergentes

 Esta postagem é sequência das anteriores e faz parte de um texto maior, sobre MISSÃO; cujas partes estão publicadas aqui a partir de  9 de junho de 2025. O texto completo foi dividido em várias pequenas postagens para facilitar a leitura. Sugiro que você leia antes as postagens anteriores (a partir de 9 de junho) para ter a visão completa do conteúdo até o momento.

Qual o objetivo maior da Missão? 

A resposta define o modelo de ação missionária e define seus agentes principais. É aqui que a dialética entre Movimento e Instituição tem de ser compreendida, definida e resolvida, sem divagações e enrolações conceituais. 

Há duas alternativas, a meu ver, divergentes entre si absolutamente:

a) Fortalecer a Instituição
Se o objetivo é fortalecer a Instituição ampliando sua membresia e seu poder no mundo, há um caminho bastante óbvio. Basta seguir os paradigmas da sociedade de consumo e assumir suas exigências:  um bom produto consumível e um sistema de comunicação agressivo junto ao mercado - técnicas de “marketing”! E, claro, a manutenção do mercado conquistado e capacidade para sua ampliação.

O produto é sempre projetado (e avaliado) em função dos desejos do mercado, e por isso, a embalagem, a publicidade e tudo o mais, precisa de planejamento centralizado, uma estrutura burocrática competente e uma linha de comando (autoridade, não necessariamente liderança!) firme, vertical e absoluta. Como qualquer empresa de sucesso no universo capitalista. 

Finalmente, precisa manter o processo de capacitação da mão de obra, capacitação essa massificante e centralizada na idolatria da (suposta) liderança, além da perspectiva ufanista da própria história e visão dogmática sobre o produto e serviços.

b) Anunciar o Reino de Deus
Afirmar os valores do Reino de Deus, tal como fez Jesus, contrapondo-o aos valores do mundo. 

Não se trata de contrapor “o espiritual” com o “mundano”. Se assumimos que o “Logos se fez carne” (João 1.14), em Cristo não há mais separação entre os “dois mundos”: ao encarnar-se, o Logos rompeu a barreira entre o “sagrado” e o “profano”; a Encarnação sacralizou o profano e profanou o sagrado! A transcendência de Deus se manifesta na imanência de Jesus, o Cristo!

Ora, anunciar a Boa Nova do Reino de Deus é navegar contra a corrente dos reinos e dos príncipes deste mundo; é anunciar um novo mundo, um outro mundo, onde o trono de Deus está no meio da praça (cf. Apocalipse 21.1-8)!!!

É preciso romper com o paradigma de que a Igreja (instituição) é o sinal do Reino de Deus (ou, o que é pior, que a instituição eclesiástica é “o Reino de Deus na terra”).

Não adianta tentar um meio termo: ou se anuncia um reino ou se anuncia outro; não se serve a dois senhores! Isso é muito claro no Novo Testamento, principalmente no Evangelho segundo João, onde o confronto com o “mundo” é afirmado e assumido (João 15 – 16).

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