8 de ago. de 2017

Recusando as datas de mercado

No próximo domingo, 13 de agosto, celebra-se a data comercial do Dia dos Pais, e para isso a mídia nos entope de propaganda para “homenagear o papai com carinho”, sendo que o carinho é o produto do anunciante….

Em muitas igrejas, faz-se uma celebração especial para os pais, como fazem também para as mães no Dia das Mães, outra data que vem sendo manipulada pelo mercado. E o mesmo vale para Natal, Páscoa, dia das Crianças, datas que o deus mercado (Mamona) tomou para si e seu arsenal publicitário quer nos fazer crer que “felicidade” é “presente comprado”.

Pessoalmente, eu não gosto de celebrar dia disso ou daquilo na Igreja. E mesmo as festas do calendário cristão eu não gosto de vê-las como mais um argumento de compra e estourar cartões de crédito. E agora já inventaram o Dia do Vovô, dia da Vovó, e logo vem o Dia do Titio, o Dia da Titia, e, porque não, o Dia do Vizinho, o Dia do Corrupto (ah! claro, não precisa, é todo dia!)…  e tudo isso criando o “dever” de “comprar presente” que, pode ser acompanhado por umas palavrinhas bobas e um abraço que sempre falta outros dias.

Assim prefiro celebrar o Dia da Maternidade e da Paternidade; prefiro celebrar a Semana da Paixão, ao invés da Semana Santa (cheia de pacotes de viagens); a Ressurreição do Senhor Jesus ao invés de Páscoa com seu coelho safado; a Natividade do Senhor ao invés do Natal cheio de “paz e alegria forjadas em um novo tempo que vai chegar”, mas que desaparecem no dia 26 de dezembro, quando a amizade, a solidariedade e a paz voltam para o lixo. Não gosto de dar Feliz Ano Novo, ou Feliz Natal, ou Feliz Páscoa, porque não sei bem o que isso significa em uma sociedade marcada pela hipocrisia e pelas fantasias sobre felicidade…
A
ssim, neste domingo, quero celebrar o Dia da Paternidade, que é muito mais que Dia dos Pais… porque a Paternidade é uma decisão que se toma, um dever que se assume, enquanto ser pai, muitas vezes é fruto de um acaso infeliz… Nem todo pai exerce a paternidade, assim como nem toda mãe exerce a maternidade, que é também um dever que se assume, nunca o resultado de uma ocasião errada.

Restaria ainda falar das “datas nacionais”, aquelas que neste país foram inventadas pela elite dominante, e fundamentadas em mentiras históricas e heróis inventados… mas isso fica para uma outra vez, um papo com quem estuda de fato História e não lê livrinhos formadores de ideologia a serviço da classe dominante.
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