21 de nov. de 2015

Pós-modernidade e Fé Cristã (I)

Society-of-the-spectacle
Não é fácil ser cristão nestes tempos pós-modernos.
Hoje as pessoas consomem  “produtos personalizados”, de forma hedonista e visando essencialmente sua auto-imagem – narcisismo exacerbado! Iludidas com a ideia de uma pretensa “liberdade de escolha”, não percebem que a tecnociência, através dos meios mediáticos, programam todo o comportamento social em seus mínimos detalhes: desde o que é “certo” vestir e usar, até o “pensar”.
Não existem paradigmas, ou escala de valores. O indivíduo se torna fim em si mesmo, perde sua percepção social e seu horizonte histórico. Perde sua identidade à medida que necessita fazer um “self” a cada instante para dizer a si mesmo e aos outros quem é.
O sujeito hoje tem sua identidade fragmentada (esquizofrênica?); ele bebe a cerveja “X” (um “self” na rede social informa isso); come “sushi” no restaurante “Y” (outro “self”), faz compras na superloja “Z” (outro “self”), vai à praia “H” (outro “self”), quintas-feiras está na balada “R” (outro “self”), e seu filho fez cocô no colo da vovó pela primeira vez (um “self” com a criança e a fralda suja ao lado, no colo da avó constrangida)… e assim vai! O sujeito sente então que existe, que é alguém e que está por dentro de tudo; ele mede isso pela quantidade de curtidas que suas postagens recebem na rede social. É um sujeito inserido e atual. Vive feliz até a próxima crise de vazio (em cinco minutos) por falta de consumir alguma coisa e dizer para todo mundo que consumiu.