29 de mar. de 2014

Civilização da Idiotice (um desabafo politicamente incorreto, graças a Deus, sem qualquer prudência literária!)

Estado idiotizadorGrande parte da população ocidental (não tenho conhecimento ou experiência suficiente para analisar a população oriental)  é composta por gente idiota, pessoas que agem sem pensar; que, pela ignorância induzida, se deixam levar pelas mais vergonhosas formas de publicidade, convencidas, por exemplo, que precisam comprar o último modelo de um simples telefone celular (que na verdade é muita coisa junta, inclusive telefone) para serem reconhecidas e respeitadas pelas outras pessoas idiotas que, por isso mesmo, debocham e manifestam seu desgosto porque alguém não tem o último modelo… que, até então não lhes fazia falta e realmente não lhes faz falta a não ser para ficarem “por dentro”… ou seja serem reconhecidas e acolhidas pelas outras pessoas  como “normal”, “atual”, “moderno”, “in”, … essas babaquices todas!

A economia capitalista necessita do consumo para crescer; o consumo, para se manter crescente e cada vez mais produtor de riqueza (que não é distribuída, mas acumulada por poucos), necessita de produtos que durem pouco, porque afinal a quantidade de consumidores não é infinita… ou seja, o mercado precisa que a gente re-consuma as coisas para se manter ativo… e por isso inventa necessidades que não temos para que pensemos que as temos (para isso serve a publicidade indutora de “valores de felicidade”) e com isso, consumir aquilo que nos convencem ser realmente necessário para sermos felizes! É mais ou menos isso que se chama “realidade líquida” (cf. Bauman).

A massa idiota se encanta com as “novas” tecnologias, que se apresentam no mercado como surgidas de forma mágica, do nada, massa muito admirada com a capacidade científica do Império… Na verdade, quando uma “nova” tecnologia surge no mercado, ela já está ultrapassada e com prazo contado para durar (hoje em dia, algo em torno de seis meses no máximo). 

Por exemplo, a NASA colocou os primeiros astronautas na Lua no início dos anos 60 do século passado, e isso foi possível porque já estava disponível (secretamente) uma tecnologia computacional em máquinas de tamanho reduzido, ou seja, um possante computador com a incrível capacidade de 16 Kb  que cabia nos menos de 10 m2 das cabines das naves espaciais das séries Mercury e Apolo1. Ou seja, o micro-computador, que só chegou ao mercado cerca de 30 anos depois, já existia quando se tornou consumível. Não chegou antes porque era considerado tecnologia militar e a Guerra Fria comia solta (os soviéticos, aliás, tinham uma tecnologia computacional muito avançada também, e não mandaram homens à Lua porque seus robôs eram muito mais eficazes, conseguiam pousar em terra firme e no ponto determinado previamente; além disso, conseguiram pousar em Vênus, onde os americanos quase sempre falharam). 

Nos anos 90 os Computadores Pessoais (PC’s, já que a gente adora anglicismos) duravam alguns anos; hoje a cada ano, no máximo, se tornam obsoletos, estão cada vez mais reduzidos e com maior capacidade (simplesmente para facilitar a interface humana, não para processar os dados). Caíram na gandaia do mercado… e lá vai a massa idiota consumir…

Uma das afirmações do tipo “auto ajuda imbecil” que se partilha e re-partilha aos milhares nas redes sociais (na verdade, o consumo de banalidades que gera milhões de dólares para a dita “indústria da informação”) é a afirmação de que somos responsáveis pelas nossas escolhas… e sofremos as consequências delas! Isso é totalmente idiota! Simplesmente porque, na maioria das vezes não temos escolha ou somos enganados, levados pelas mais sutis formas de indução e controle externo da vontade pessoal…

É fácil dizer que se fez escolha errada quando, na verdade, não havia escola pública de qualidade para que o pai pobre pudesse matricular seu filho; que opção ele tinha? Tanto que o Governo, para aliviar a consciência do Estado, cria normas imbecilizantes como aprovação compulsória nas escolas, quotas na Universidade para estudantes da rede pública e outros paternalismos que impedem o desenvolvimento de uma massa crítica na sociedade e de uma consciência cidadã.

Essa é a sutil maneira encontrada pelo “sistema de dominação” para nos manter na permanente sensação de culpa pelas mazelas que acontecem em nossas vidas e na própria sociedade, e aliviar-nos com o consumo de coisas realmente das quais não precisamos. 

A Culpa, aliás, tem sido a base da cultura ocidental devido à nossa herança trágica do mundo judaico-cristão utilizada de forma muito esperta pelas elites dominantes desde o Império Romano dito cristianizado (a famosa “cristandade”, ou seja, cristianismo de massa, e como tudo que é massa, plenamente maleável e ajustado, sem vontade própria). Sentindo-se culpado pela própria impossibilidade de viver com dignidade, o sujeito fica cego para a baderna política do toma-lá-dá-cá, e fica retido em um curral eleitoral com medo de perder as benesses do paternalismo estatal!

Pão e Circo era o esquema do Império Romano… hoje, o circo é eletrônico, o pão está envenenado pela indústria alimentícia  e é pouco! 

A culpa é sua por ter escolhido nascer; tá reclamando do quê?

Nota de Rodapé:
1 Note Bem: você acha que os astronautas eram capazes de pilotar uma nave, como se fosse um avião, movida à gravidade? a complexidade dos cálculos necessários e a velocidade que devem de ser feitos para conduzir a navegação adequadamente, estão além da velocidade de processamento do cérebro humano. Tanto que cada nave levava dois computadores exatamente iguais para em caso de pane em um, o outro continuar pilotando a nave em contato via rádio com os computadores em Huston.
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