Há muito tempo que a Igreja deixou de falar sobre o diabo; e isso, na minha modesta opinião, não tem feito bem às comunidades de fé. Obviamente, o “esquecimento” do diabo é parte de um processo histórico.
A partir da Idade Média, a Igreja do ocidente cultivou e divulgou uma imagem do diabo que ainda hoje persiste no imaginário de muita gente. Um ser bem definido, com uma cara parecida com a de um bode, chifres, um longo rabo, vermelho, e circundado pelo fogo infernal. Uma imagem assustadora e terrível, ameaçadora e, assim, um bom instrumento de controle social. Qualquer coisa contra o status quo era considerada “coisa do diabo”. A Reforma Protestante, ao início da Idade Moderna, não mudou essa imagem; pelo contrário a aperfeiçoou.